“...logo o escândalo da cruz está aniquilado (Gálatas 5:11)
Morrer na cruz nos tempos de Jesus era uma das formas mais vergonhosas. O simples fato de estar ali dependurado, esperando aos olhos de todos, o momento final testificava isso. Alguém em tal situação era com certeza alguém que merecia morrer por ser tão danoso à sociedade e aos costumes. Jesus morreu assim, apesar de não ser nada mais do que O SALVADOR DO MUNDO.
A cruz hoje em dia é ainda um instrumento de escândalo ou vergonha. Aqueles que deveriam reconhecê-la como instrumento de vitória e libertação zombam dela; na verdade evitam até falar no assunto. Para esses, a cruz é sinal de derrota, afinal ela nos fala de renúncia, de submissão, de dor e sofrimento, andando na contramão do evangelho dos nossos dias. Segundo esse, o cristão não pode aceitar o sofrimento e as agruras da vida. Afinal, somos vencedores (ainda que fora do contexto) e somos cabeça e não cauda (mais fora do contexto ainda).
Conheci uma senhora cristã que não aceitava o simples fato do cristão estar gripado. Alguns tomavam cuidado ao estar perto dela, pois o simples ato de tossir era o início de um longo e desconexo sermão de que o crente não adoece, não passa dificuldades, não enfrenta lutas. Um belo dia essa senhora caiu doente e o constrangimento foi tal que ela simplesmente se afastou por um tempo até que o vexame passasse.
A cruz tão exaltada pelos pregadores do passado; tão enaltecida em hinos maravilhosos que nos inspiram até hoje, era a mensagem principal dos grandes missionários e avivalistas “daqueles tempos.” Não quero ser saudosista, mas algumas coisas nos forçam a olhar para trás. Principalmente quando temos que interromper a nossa gananciosa e desenfreada corrida “pelas almas” (ou melhor, dizer números) para olhar a cruz lá no alto, vazia, porém cheia de significado, nos garantindo a vitória.
Paulo e muitos outros tinham como alvo maior plantar a cruz de Cristo em cada lugarejo onde houvesse alguém que ainda não tinha ouvido a mensagem que ela transmite. Hoje, milhões de pessoas ainda desconhecem essa mensagem e por causa disso vive uma vida desprovida de significado. Paulo não se envergonhava do evangelho e se dizia devedor para com aqueles ainda não salvos.
Hoje muitos carregam essa cruz no pescoço, como um lindo pingente. Outros a colocam no carro, como um amuleto para protegê-lo no trânsito, mesmo que ele não respeite as regras do trânsito. Existem até mesmo aqueles que a carregam, em tamanho natural, pagando algum voto. A cruz de Jesus, aquela feita por dois madeiros já não existe mais, apesar de alguns ainda venderem seus minúsculos pedaços, pensando assim trazerem a bênção para casa. Porém, a mensagem da cruz permanece, e essa sim, tem poder para transformar vidas, não para viverem para si mesmos, mas para testemunharem daquele que nela sofreu, morreu, mas reviveu. ALELUIA!!!